Já ouviu falar da Grande Renúncia? É como especialistas estão chamando o processo de migração de funcionários que estão deixando as empresas.
Mesmo com os altos números de desemprego, só em janeiro de 2022, 544.541 pessoas decidiram deixar seus trabalhos, o maior número dos últimos oito anos, de acordo com a LCA Consultores, a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Especialistas estão chamando esse movimento de demissões voluntárias de ‘A Grande Renúncia’
Por que bons funcionários estão deixando as empresas? Especialistas afirmam que muitos trabalhadores estão procurando um outro estilo de vida, principalmente por conta do trabalho remoto.
O resultado? Em uma mesma via, escritórios vazios por causa de profissionais que escolheram um outro jeito de viver e trabalhar e, em contrapartida, uma grande massa de trabalhadores atrás de emprego para sobreviver à crise.
Por isso, é necessário mapear e entender os principais motivos para os pedidos de demissão, assim, líderes e gestores podem pensar em ações para reter os talentos na empresa.
Veja alguns dos motivos:
Salários baixos
O salário, claro, não é o único fator, mas é o que tem mais peso, afinal, nos encontramos em um momento de vulnerabilidade.
Em 2021, uma pesquisa feita pela Ipsos mostra que, para 73% dos brasileiros, o custo de vida aumentou e que o Brasil figura na quarta posição entre os países em que a população teve maior percepção da inflação.
Por isso, bons funcionários estão deixando seus empregos em busca de oportunidades financeiras melhores, sejam elas em outras empresas ou até mesmo no empreendedorismo.
Falta de flexibilidade
A pandemia e a necessidade de ficar em casa, mesmo que durante o expediente, escancarou um problema antigo: a necessidade de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Assim, trabalhadores buscam oportunidades de empregos que tenham uma flexibilização maior na jornada de trabalho, que sejam melhor controladoras e que prezem pela vida fora do horário comercial, o que resulta em um estilo de vida menos estressante, desgastante e mais saudável.
Líderes ruins
Pois é! Principalmente quando falamos das novas gerações, é comum que busquem por trabalhos que possibilitem o crescimento profissional e que tragam reconhecimento adequados.
Lembramos que é papel da liderança construir um ambiente desafiador, com feedbacks humanos e úteis, sempre prezando pelo bem-estar da equipe e possibilitando crescimento e aprendizado.
A falta de suporte e de estímulos faz com que a frustração seja aflorada, o que diminuiu engajamento e aumenta o turnover.
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Saúde mental
A pandemia aflorou a sensação de esgotamento mental e, não faz muito tempo, o burnout foi reconhecido como uma doença mental pela OMS. No Brasil, casos de ansiedade crescerem em 25% e os brasileiros tiveram uma piora na saúde mental que beirou os 53%.
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Observando esses dados, é importante para as empresas levar em conta e a sério a preocupação com o bem-estar mental dos funcionários. Quando o ambiente de trabalho é tóxico, a primeira reação é buscar um novo emprego.
Colaboradores estão em busca de empresas que prezam e apoiam a saúde física e mental com ações práticas e sustentáveis a longo prazo, além de buscarem equipes com um time amigável e inspirador.
Autorrealização
O desejo por um trabalho com propósito, que gere realização e que esteja alinhado com seus valores pessoais é um traço muito presente nas novas gerações. O trabalho deixou de ser apenas uma forma de ganhar dinheiro para se transformar num mecanismo de autorrealização.
Eles se preocupam no impacto social que a empresa gera, quais ideais ela defende e qual a sua missão no mercado de trabalho. Portanto, bons funcionários estão em busca de realizações pessoais no trabalho que coincidem com seus valores individuais. E quando não encontram isso, eles pedem demissão na primeira oportunidade.
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