Ter um salário que consiga pagar as contas com tranquilidade, manter todas as necessidades supridas e ainda sobrar dinheiro para fazer investimentos, viagens e hobbies é o sonho de todos.
No entanto, 2020 foi um ano emblemático em nos mostrar que há outros fatores além do salário. Quando se trata de permanecer onde está, a remuneração e tudo que o trabalho oferece deve ser colocado na balança.
Por mais que o salário dite as regras no mundo capitalista, estamos cada vez mais atentos à nossa saúde física, emocional e mental. Um trabalho que ofereça um salário alto, mas que não proporciona bem estar, acaba gerando funcionários mais insatisfeitos do que felizes.
O salário importa?
O salário sempre será um fator importante a ser considerado, mas hoje em dia, ele não é mais determinante.
Isto porque, se o salário não vier acompanhado de reconhecimento, valorização, flexibilidade, ambiente saudável e outros benefícios, o salário não será suficiente para manter um funcionário por muito tempo.
Esse fato é contrastante quando nos lembramos de um tempo não muito distante, onde o salário era o principal motivo de alguém aceitar um emprego.
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Propósito x salário
De uns anos pra cá, muito se tem falado sobre trabalhar com propósito. Esse discurso é muito famoso em startups, onde os recursos são limitados, o dinheiro é quase inexistente e muitas vezes é necessário tirar leite de pedra.
Embora seja muito melhor trabalhar com algo que gostamos e que vai de encontro com os nossos valores, precisamos ter cuidado com esse discurso que muitas vezes romantiza o “trabalho pesado” a troco de quase nada.
Para aceitar uma proposta de emprego também envolve considerar a fase de vida que nos encontramos. Além de saúde, bem estar, psicológico, família, dentre outros. E o que queremos dizer com isso?
Vejamos um exemplo: um pai ou mãe de família que precisa pagar as contas e garantir o mínimo de conforto para toda família recebe duas propostas de emprego:
1 – A empresa X que não está ligado ao propósito de sua vida, mas paga o suficiente para suprir as necessidades de toda família.
2 – A empresa Y oferece “muito trabalho duro com mesa de pingue-pongue, frutas pela manhã e cerveja toda semana” com uma remuneração abaixo do que é praticado no mercado.
Qual empresa você acha que essa pessoa tende a aceitar? A resposta é óbvia. O emprego X. Afinal, mesa de pingue-pongue, frutas e cerveja não pagam as contas no fim do mês.
Já a empresa Y pode ser positiva para um jovem sem experiência, que precisa ter o primeiro emprego para dar o start na carreira e tem o apoio financeiro dos pais.
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O salário acompanha a Hierarquia de Maslow
A hierarquia de necessidades de Maslow é uma teoria da psicologia que explica a motivação humana, com base na busca de cinco níveis de necessidades em ordem hierárquica.
Começa com as necessidades mais básicas antes de prosseguir para as necessidades mais “avançadas”.
No entanto, embora o foco principal seja em níveis superiores, os seres humanos continuarão a buscar níveis inferiores da hierarquia, mas com menos intensidade.
#1 – Necessidades fisiológicas
As necessidades fisiológicas são o nível mais baixo da hierarquia. Eles são os mais essenciais que uma pessoa precisa para sobreviver, como moradia, água, comida, descanso e saúde.
#2 – Necessidades de segurança
Neste nível estão relacionadas à necessidade de uma pessoa se sentir protegida em sua vida e ao seu redor. Seja segurança física, financeira, dentre outras.
#3 – Necessidades sociais
Os seres humanos têm necessidade de dar e receber amor e sentir que pertencem a um grupo. Quando privados dessas necessidades, os indivíduos podem sentir solidão ou depressão.
#4 – Necessidades de status
As necessidades de status estão relacionadas à necessidade de uma pessoa obter reconhecimento, status e se sentir respeitada.
#5 – Necessidades de autorrealização
A autorrealização está relacionada à realização de todo o potencial de um indivíduo. Nesse nível, as pessoas se esforçam para se tornar o melhor que podem ser.
Esses níveis estão intrinsecamente conectados ao salário e benefícios. O “sim” para uma proposta de emprego ou a permanência no emprego atual, envolve essas necessidades e geralmente na hierarquia proposta.
Sendo assim, o efeito psicológico do salário pode ser diferente para cada pessoa considerando o cenário de vida, necessidades, idade e muito mais.
Conclusão
Considere as necessidades mais básicas às mais avançadas na hora de propor melhorias nos salários, benefícios e promoções.
Nunca romantize o trabalho com propósito para mascarar uma situação financeira difícil que a empresa está enfrentando. Ser transparente desde o início ajuda a alinhar as expectativas com o candidato, colaborando na diminuição do turnover lá na frente.
Como você considera o efeito psicológico do salário nos dias atuais? Deixe sua opinião nos comentários.
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