Há algum tempo, o mundo corporativo vem discutindo um termo já bastante conhecido: o MUNDO VUCA. Ele, mais do que nunca, traduz o momento em que estamos vivendo.

Coronavírus e o mundo VUCA

Em tempos de coronavírus, as informações sobre diversos assuntos são voláteis, pois são atualizadas e mudam o tempo todo. As projeções tornaram-se mais incertas do que nunca. Toda tomada de decisão é complexa e a ambiguidade das situações, que antes parecia nos trazer desconforto, acaba por representar um respiro – nos ajudando a enxergar possibilidades.

E quem diria que o termo (VUCA), primeiramente usado pelo exército americano para descrever situações de guerra, seria usado por nós em um momento de guerra (desta vez, conta um inimigo invisível) também?
A questão primordial é que por um vírus, muita coisa mudou – impactando a vida de todos, inclusive a das empresas.

O que podemos aprender com a crise?

Há uma frase atribuída à Albert Einstein que diz : “No meio da dificuldade, encontra-se a oportunidade!”. E talvez aí esteja a chave para absorvermos o impacto desta pandemia dentro do ambiente corporativo.

Este é um momento para, inicialmente, aprendermos e, na mesma medida em que aprendermos, lidarmos melhor com todo e qualquer impacto que chegue até cada um de nós. Se na correria do dia a dia, não tínhamos tempo para nos desenvolver ou dar atenção a alguns aspectos que são relevantes para nos formarmos como profissionais, estamos diante de um prato cheio para isso:

• Nunca um momento nos exigiu tanta inteligência emocional;
• Jamais fomos colocados diante do um cenário em que precisássemos amadurecer sob pressão;
• Nunca nossa resiliência foi tão posta à prova como agora.

É fato que os nossos planos e metas de hoje não são mais os mesmo que os de duas ou três semanas atrás. De alguma forma, perdemos o controle da situação, o que não quer dizer que iremos perder o protagonismo.

Em um mercado que valoriza e estimula, cada vez mais, equipes multidisciplinares, estamos diante de uma oportunidade imensa de nos aproximarmos dos nossos pares de trabalho e de aprendermos novos conteúdos. E também de enxergarmos as possibilidades de impacto que uma área pode gerar na outra, de forma sadia e orgânica. Em outras palavras: é um momento de se reinventar!

O jeito de trabalhar mudou. Em pouco tempo, empresas de diferentes tamanhos e segmentos precisaram se readequar. A casa de cada colaborador virou escritório, mas não deixou de ser casa. Família e trabalho agora estão entrelaçados, nos fazendo experimentar um novo jeito de organizar a vida.

Qual será o futuro do home office pós-pandemia?

É uma pergunta ainda sem resposta, mas que nos permite pensar na nossa forma de pensar, de criar, de organizar, de produzir e gerar resultado e, ainda assim, ter mais qualidade de vida.

O advento do coronavírus impacta nossa forma de pensar – se o mercado já exigia de nós respostas e soluções rápidas para problemas complexos, estamos nós aqui, diante de um problema complexo, com a possibilidade de dar respostas e soluções.

Agora é a hora! E com isso, uma nova janela para o autodesenvolvimento se abre:“Learning agility” é um conceito que aparece com cada vez mais frequência no vocabulário corporativo e sua tradução é “agilidade de aprendizagem”. Ele pode ser definido como uma característica individual que se refere à capacidade e a vontade de aprender com a experiência e, posteriormente, aplicar esse aprendizado em uma situação nova. Que outras situações complexas enfrentaremos no futuro? E o que esta experiência pode nos ensinar?

Pensando sobre a frase de Einstein e adaptando-a ao cenário presente, é fato que o impacto todos nós sentiremos – este é inevitável! Mas ainda temos o controle (ferramentas, habilidades, competências) para mitigarmos ou transformarmos os reflexos do impacto no mercado e em nossas carreiras.

Luís Maurício
Consultor – Grupo Cia de Talentos