Neste mês, em que é comemorado o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (24 de abril), a Cia de Talentos participou de uma live da Hand Talk – plataforma de tradução simultânea de Libras – para falar sobre acessibilidade.
Neste artigo, além dos principais pontos levantados sobre o assunto, você confere alguns dados que dão a dimensão da relevância e da necessidade de ampliar a discussão e as ações sobre o tema.
Cenário da comunidade surda no Brasil
– 10,7 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência auditiva;
– Mais de 2 milhões de pessoas com deficiência severa;
– 91% adquirem essa condição ao longo da vida e, geralmente, antes dos 50 anos;
– 87% dos participantes da pesquisa não usam aparelho auditivo por ser muito caro;
– Movimenta 576 bilhões de reais por ano.
Fonte: Instituto Locomotiva
Ser acessível é diferencial, mas deveria ser um requisito
A Lei Brasileira de Inclusão (ou Estatuto da Pessoa com Deficiência) tornou obrigatória a acessibilidade nos sites públicos e privados, mas ainda são poucos os sites que cumprem essa exigência.
Vale dizer que nem todas as pessoas surdas são alfabetizadas em português. É comum que a alfabetização ocorra somente em Libras. Por isso, “é importante ter esses avatares para dar suporte, para que a pessoa surda seja ajudada e consiga acessar as diferentes plataformas digitais”, afirmou Beto Castejon, que é surdo e se comunica por Libras.
E só implementar a tradução em Libras não basta. A nossa head de comunicação e marketing, Giovanna Mazzeo, comentou sobre esse ponto. “É importante ter Libras, ter legendas, pensar nas pessoas com outras deficiências, em como a gente promover acessibilidade para que todos possam usar sites sozinhos”.
Acessibilidade nas empresas: como promover
Durante a live, foram citadas algumas ações que as empresas podem adotar para serem mais acessíveis. Foram elas:
- Lives com intérprete de libras;
- Legendas e intérpretes em vídeos;
- Criação de um comitê de acessibilidade com pessoas de diferentes áreas pra discutir semanalmente o que pode ser feito para que a empresa como um todo seja mais acessível;
- Criação de novas formas de avaliação para pessoas com diversidade funcional;
- Trazer pessoas com deficiência para a discussão, para que elas tragam suas necessidades, desejos e oportunidades de melhoria;
- Leitor de site e outros plug ins de acessibilidade;
- Uso de texto alternativo ou da #pratodosverem nas redes sociais.
Oportunidades e impactos de um site acessível para uma pessoa surda
Apesar de ainda existir um longo caminho pela frente, Beto tem percebido avanços. Ele comentou que antigamente as pessoas surdas só ocupavam vagas de auxiliar, mas hoje – graças à acessibilidade – elas já estão ocupando postos de suas áreas de atuação.
Para Giovanna, autonomia é a palavra. “É superimportante que todos consigam se sentir seguros, fazer uma inscrição, uma compra, sem precisar da ajuda de alguém. Esse é o maior impacto”, ressaltou.
Quando o assunto é empregabilidade, ela reforçou que o impacto está em uma maior diversidade no mercado de trabalho. “Quando a gente está falando de um site de inscrição para um processo seletivo, se ele não é acessível, querendo ou não, a gente está tirando a oportunidade dessas pessoas concorrem a uma vaga”, concluiu.
Necessidade de ampliar a discussão sobre acessibilidade
Beto finalizou dizendo que as barreiras em relação à comunidade surda no mercado de trabalho diminuíram bastante. No entanto, para ele, as empresas ainda precisam falar mais sobre o assunto.
“É importante ter discussões, compartilhamento de informações sobre acessibilidade para que todos tenham conhecimento. É também uma forma de respeito conosco”, enfatizou.
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