Nos últimos meses vimos um novo termo surgir nas manchetes de jornais: o quiet quitting, ou seja, a “desistência silenciosa”. Agora, chegou a vez do quiet firing, ou “demissão silenciosa”. Vamos entender esses conceitos e como eles se relacionam?
O que é quiet quitting?
O quiet quitting, como você já viu aqui no blog, é a prática de limitar a quantidade de tarefas realizadas durante o expediente, evitando longas horas de trabalho e sobrecarga de afazeres.
Do ponto de vista individual, essa prática tem por objetivo manter um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, preservando a saúde física e mental de cada pessoa. Por outro lado, pode dar a entender à empresa que a pessoa não está mais engajada com a organização, levando a um desgaste na relação e, consequentemente, à demissão.
O que é quiet firing?
Já o quiet firing é um fenômeno contrário ao quiet quitting, em que a empresa deixa de envolver e engajar a pessoa para que esta se sinta incomodada com o ambiente de trabalho e decida pedir demissão por conta própria.
Nesse caso, as lideranças da organização deixam de dar feedbacks, oferecer promoções e até mesmo repassar tarefas para determinadas pessoas, isolando-as na empresa e criando um clima de animosidade.
O objetivo é que, pouco a pouco, a pessoa perca a vontade de permanecer na organização e vá em busca de outras oportunidades, optando por deixar a empresa em vez de a organização realizar a demissão.
Quiet firing pode ser considerado assédio?
A prática discriminatória no ambiente de trabalho pode sim ser considerada assédio moral e trazer implicações jurídicas para a empresa.
De acordo com a Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral do Tribunal Superior do Trabalho, assédio é “toda e qualquer conduta abusiva, manifestando-se por comportamentos, palavras, atos, gestos ou escritos que possam trazer danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física e psíquica de uma pessoa, pondo em perigo o seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho”.
Ainda segundo a Cartilha, o assédio é uma forma de violência contra a pessoa e pode ser interpessoal — quando é entre duas ou mais pessoas — ou institucional — quando é uma prática da empresa como um todo.
Nesse sentido, é consenso entre especialistas em gestão de pessoas que o quiet firing não é a melhor maneira de lidar com situações difíceis no trabalho. O diálogo, a transparência e a capacitação profissional são sempre a melhor forma de construir um ambiente de trabalho saudável.
Como fomentar um ambiente de trabalho saudável?
A resposta ao quiet quitting definitivamente não é o quiet firing, mas sim o desenvolvimento de políticas de gestão de pessoas mais humanizadas.
O quiet quitting não é um “ataque” às empresas, mas sim uma forma silenciosa de demonstrar que as pessoas estão sobrecarregadas e se sentem pouco valorizadas no ambiente de trabalho.
Ao investir em ações que permitam a suas equipes equilibrar suas vidas pessoais e profissionais de forma sustentável e, ao mesmo tempo, ter oportunidades de crescimento, sua organização está garantindo um ambiente saudável para a conquista de resultados.
Pensando em te ajudar nisso, selecionamos algumas práticas que podem ser adotadas para evitar o quiet quitting e o quiet firing na sua empresa:
Implemente a semana de trabalho de 4 dias
Vivemos em uma sociedade regulada pelo tempo e acreditamos que quanto mais tempo dedicarmos a uma atividade, maior produtividade teremos. Mas pesquisas recentes mostram que isso está longe de ser verdade.
Organizações que implementaram a semana de trabalho de 4 dias experimentaram um aumento de 64% na produtividade das equipes e 62% de redução nos afastamentos por doença, por exemplo. Ao mesmo tempo, 78% das pessoas trabalhadoras se sentiram mais felizes com essa mudança, 70% menos estressadas e 62% mais saudáveis.
Esses dados nos mostram como uma simples mudança pode transformar o ambiente de trabalho e gerar uma nova relação entre empresa e profissionais, muito mais saudável e produtiva.
Invista na comunicação de mão dupla
Pode parecer clichê, mas a comunicação de mão dupla, em que as pessoas têm a oportunidade de expressar seus sentimentos e inseguranças em relação ao ambiente de trabalho, é uma das melhores maneiras de evitar questões como o quiet quitting e o quiet firing.
Quando a empresa propõe uma cultura de feedbacks constantes e está aberta para ouvir o que as pessoas têm a dizer, é possível construir uma relação de confiança e, pouco a pouco, desenvolver um ambiente laboral mais harmonioso e humanizado.
Treine sua equipe constantemente
Outra maneira de construir um ambiente de trabalho saudável é investir em treinamentos. Pessoas capacitadas têm maior produtividade, se sentem valorizadas e trazem novas ideias para o ambiente de trabalho.
Além disso, o treinamento ajuda a solucionar gaps de competências e a integrar novos conhecimentos e habilidades no ambiente de trabalho, ajudando na formação de equipes de alto desempenho.
Atraia os talentos certos
Além de promover um ambiente de trabalho saudável, você também deve desenvolver processos seletivos que atraiam as pessoas certas para a sua empresa. Afinal, quanto mais alinhadas com o seu fit cultural elas forem, menores serão as chances de um quiet firing.
Nesse sentido, você pode contar com o apoio de parceiros como o Bettha, que ajudam sua empresa a promover uma marca empregadora, atraindo e engajando profissionais com o perfil que a sua empresa deseja antes mesmo da contratação. Desse modo, você potencializa seus esforços de recrutamento e seleção e faz valer todo o tempo e recursos investidos no bem mais precioso que sua empresa tem: as pessoas.
Se você quer iniciar sua jornada como marca empregadora, entre em contato com a gente e descubra uma nova forma de atrair, reter e engajar as pessoas mais talentosas do mercado!
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